quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Homem correndo pelado na BR381

Daquelas coisas que ninguém acredita se você contar.

Um homem foi detido ao correr completamente nu pelo meio da pista de rolamento da BR 381.

Ele foi detido pela PMMG.

Veja abaixo:

Homem Pelado Correndo na BR 381

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Assustamos os Donos do Poder?

Como retorno ao hábito, que espero seja definitivo, de escrever no blog, publico uma entrevista do Sociólogo Francisco Oliveira, ou somente Chico Oliveira, a Folha de São Paulo no dia 09 de novembro.
Ele não só apresenta um ótimo ponto de vista sobre as manifestações de Junho e do possível efeito delas, como também faz uma discussão sobre o papel que os últimos governos tem desempenhado no Brasil e sobre as poucas expectativas que existem de mudança no nosso quadro político.
Será uma boa forma de reiniciarmos as discussões por aqui. Boa leitura.

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'Assustaram os donos do poder, e isso foi ótimo', diz o sociólogo Chico de Oliveira - por Ricardo Mendonça (Folha/SP)

Socialista inveterado, acadêmico prestigiado, parceiro rompido de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, o sociólogo Francisco de Oliveira completou 80 anos quinta-feira passada (dia 7) sem demonstrar qualquer sinal de afrouxamento da energia crítica.
Em entrevista realizada no seu apartamento no bairro da Lapa, em São Paulo, ele falou com entusiasmo dos protestos de junho ("a sociedade mostrou que é capaz ainda de se revoltar") e, sem rodeios, criticou as principais figuras do atual cenário político.
A presidente Dilma Rousseff é uma "personagem trágica" que deu uma "resposta idiota" às manifestações. Lula "está fazendo um serviço sujo" ao atuar como apaziguador de tensões sociais. Marina Silva é uma "freira trotiskista" adepta de um "ambientalismo démodé". O Bolsa Família, "uma declaração de fracasso". E por aí vai.
O sociólogo não tem receio de expor suas ideias "revolucionárias". Uma delas é separar o Brasil como forma de resolver a questão indígena: "Há um Estado indígena [...] Ninguém tem coragem de dizer isso. Então todo mundo quer integrar", afirma.

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Folha - Oitenta anos. Que tal?
Chico de Oliveira - Oscar Niemeyer disse que a velhice é uma merda. Eu não sou tão radical. Mas ela não tem essas bondades que geralmente se diz. A história de que o sujeito ganha em sabedoria é uma farsa. Não é bom envelhecer.
O senhor está bem, está lendo, fazendo críticas.
Só aparentemente. Eu tomo dez remédios por dia. Entre insulina para diabetes, remédio para hipertensão... Não é nada bom. As pessoas sábias deveriam morrer cedo (risos).
Antigamente era assim. Esse negócio de longevidade é uma novidade, né?
É, a longevidade é uma coisa recente mesmo. Não é façanha sua. É da economia, basicamente. É a economia que te leva até os 80 anos. São as condições de vida que mudam, você não precisa de trabalho pesado. Quem condiciona tudo é o trabalho. E, evidentemente, gente da minha classe social está apta a aproveitar essas benesses do desenvolvimento capitalista. Mas pessoalmente não é agradável. Só que não existe solução. Você vai se matar para poder não cumprir os desígnios de sua classe social?
O senhor se surpreende aos 80. Em junho, milhares de brasileiros foram às ruas protestar. E o senhor disse que era tudo inédito e surpreendente. Na sua avaliação, qual é o saldo?
É bom não fazer uma cobrança positivista do tipo "o que é que deu aquilo?". Deu algum resultado, a tarifa de ônibus baixou. Mas deu uma coisa ótima. O ótimo é que a sociedade mostrou que é capaz ainda de se revoltar, é capaz de ir para a rua. Isso é ótimo. Não precisa resultados palpáveis. O que é bom em si mesmo foi o fato de a população, alguns setores sociais, se manifestarem. Assustarem os donos do poder, e isso foi ótimo. Isso é que é importante. Esse objetivo foi cumprido. Eu falava que era inédito porque a sociedade brasileira é muito pacata. A violência é só pessoal, privada, o que é um horror. Quando vai para a violência pública, as coisas melhoram. Esse é o resultado que nos interessa: um estado de ânimo da população que assuste os donos do poder.
Assustou mesmo?
Assustou. Porque era uma coisa realmente inédita, com setores sociais que geralmente dizem que são conformistas, parte da juventude. Esse tipo de manifestação mostrou que não é assim. Isso é bom para a sociedade. Não é bom para os donos do poder. Mas são eles, exatamente, que a gente deve assustar. Se puder, mais do que assustar, derrubá-los do poder. Não acho que essas manifestações tenham esse caráter, essa forma. Mas regozijo-me porque foi manifestado o não conformismo.
O senhor disse que sociedade brasileira é muito pacata. Por que tem essa característica e qual é a melhor explicação?
É um complexo de fatores, não é fácil definir. Quem fala sobre isso geralmente aponta as raízes escravistas. Uma sociedade que não faz muito tempo, faz 100 anos, libertou-se do escravismo. Isso deu lugar a uma sociedade que apanha, mas não reage. Quem melhor estudou isso foi Gilberto Freyre. Ele estudou isso, do ponto de vista saudosista, mas é quem mais foi fundo nessa espécie de conformismo na sociedade. Embora a interpretação de Sérgio Buarque [de Holanda] também seja boa, a sociedade que se conforma. Para ele, é o homem cordial. Gilberto tem outro "approach", ele vai para a cultura. Cultura não no sentido de quem carrega livro, mas na forma pela qual a sociedade se construiu e se reconhece nela. É basicamente a ideia da casa grande. A casa grande é uma formação conformista. Tem uma violência que explode a cada momento. E tem um senhor de escravo que é compadre de escravo. É uma formação muito complexa. Muito interessante para um sociólogo estudar, mas muito pesada para quem sofre os efeitos dessa cultura brasileira. Que não é a portuguesa exatamente, não é a indígena. É um mix de várias fontes. Não tivemos nenhuma grande revolução violenta. A que o Brasil comemora sempre, que é a de 1930, não teve nada de especialmente violenta. Teve os gaúchos saindo do sul, [Getulio] Vargas a frente. Na verdade enfrentaram uns paulistas aí, mas terminou tudo em pizza (risos). Isso marca muito a sociedade brasileira. Esse conformismo que só explode em violência privada, o sujeito que morre de facada. Você liga a televisão e vê: todo dia tem uma tragédia dessa.
Se sempre foi assim, o que desencadeou em junho?
Não foi sempre assim, claro. Isso é o meu jeito de falar. Havia violência, muita violência, mas não era uma violência que se tornava pública porque era uma violência de escravos e isso sempre foi abafado. Hoje é uma sociedade urbana, extremamente violenta e que só explode em violência privada. Sobre violência pública, não temos muito o que contar. Nesse quesito, o Brasil perde de longe para qualquer outra revolução. A revolução mexicana, por exemplo, foi uma coisa espantosa. Espantou o mundo tudo. No Brasil, não. A cubana também.
Bom, da cubana tem gente com medo até hoje por aqui.
Ah, é (risos). Fidel, que não teve jeito de prosseguir com aquela revolução, está aí. Está envelhecendo à sombra dela. Mas o Brasil é isso. Não dá para lamentar propriamente. Ninguém ama a violência. Mas isso influi muito no caráter, na formação da sociedade. Eu não tenho mais, mas toda casa brasileira tem uma empregada doméstica. A empregada doméstica é um ser em definição. Ela não é pública nem privada. Algum progresso se deu pelo fato de que elas agora pedem carteira assinada. Isso parece nada, mas é muita coisa. Mas, em geral, isso leva a uma situação acomodatícia, uma relação de compadre com a comadre. Isso molda a sociedade em geral.
Está na arquitetura brasileira, o quarto de empregada na lavanderia. Existe algo assim em algum outro país?
Não tenho notícia de nenhum outro lugar. Isso [o quarto de empregada] tem um nome científico: edícula (risos). Temos quarto para empregada, né? É realmente fantástico... Nas sociedades que eu conheço, não é assim. Na Europa pode ter tido um período, mas hoje não existe. Nos Estados Unidos, tão pouco. O Brasil é muito especial. Criou uma forma de convivência, um processo com muita força que se reproduz mesmo nas sociedades urbanas.
O senhor acha que os governantes ficaram com medo de verdade?
Não. Ainda não. Mas deu um susto. Teve. Os jornais repercutiram de forma bastante conservadora, né? Mas deu um susto.
Aí a presidente Dilma Rousseff lançou na sequência aquela ideia de Assembleia Constituinte para a reforma política. O que achou da resposta?
Eu achei idiota. Não gostaria de fazer uma avaliação precipitada do governo Dilma para não dar força à direita que está em cima dela o tempo todo. Mas é uma resposta idiota. Ninguém resolve o problema assim com reforma da Constituição. Ela seria importante para encaminhar os novos conflitos. A Constituição deveria ser o que molda as relações no Brasil. Não é. Ninguém dá bola para a Constituição.
O que teria sido uma resposta adequada?
Seria reconhecer que o país está atravessando uma zona de extrema turbulência devido ao crescimento econômico. Não é que o caráter do povo é violento. Isso é uma bobagem. Não é que uma reforma política vai resolver os problemas da violência pública. Isso é outra bobagem. Ela teria que reconhecer o Brasil está atravessando um período de extrema turbulência porque o crescimento econômico é que cria a turbulência, não é o contrário. Todo mundo pensa que o crescimento apazigua. Não é verdade. O crescimento exalta forças que não existiam, o capitalismo é um sistema econômico violentíssimo. Os EUA, que são o paradigma do capitalismo, são uma sociedade extremamente violenta, tanto pública quanto privada. O Brasil vive uma espécie de adormecimento devido a essa cultura que eu estava comentando. De repente, o tipo de crescimento econômico violento e tenso em pouco tempo quebra todas as amarras, e a violência vai para rua.
Mas a presidente Dilma é criticada pelo baixo crescimento, é criticada porque o país não cresce.
Não é verdade. O país está crescendo de forma violentíssima nos últimos 20 anos. Numa perspectiva mais de longo prazo, desde Fernando Henrique, passando por Lula e agora Dilma. Além de quê é um crescimento econômico diferenciado. Não dá mais para crescer no campo. Agora o crescimento é na cidade. E na cidade gera relações público-privadas diferentes. Se o Estado não tem políticas para tal, é melhor ficar calado do que dizer besteira. Reforma da Constituição. E daí? O que a reforma da Constituição faz? Para o que passou, não tem efeito nenhum.
Parte das manifestações dizem muito respeito às polícias estaduais. O que o senhor acho do papel dos governadores?
Esse [Geraldo] Alckmin é uma coisa... Todo mundo pensa que o crescimento econômico influi na política de forma positiva. Isso é uma ilusão. O Alckmin é bem o representante dessa política. Um ser anódino. Já chamaram ele de picolé de chuchu. O José Simão [inventor do apelido] talvez seja o melhor sociólogo brasileiro. Ele de fato não desperta paixões nem ódio. Em geral é assim. Não tem nenhum governador que inspire empolgação, esperança de que um dia desse casulo nasça uma espécie de borboleta bonita. Nenhum deles. Mesmo o Tarso Genro, do Rio Grande do Sul, que é um tipo mais educado. Vai para o governo e se amolda. O Alckmin: pelo jeito a população aprova esse estilo anódino, que não diz nada com nada. Isso é ruim, viu? Ruim porque é o Estado mais importante da Federação, o que poderia dar uma chacoalhada nesse sistema. Mas não dá. E tudo muito conformado. E a imprensa tem um papel horroroso: o que for conformismo, ela exalta; o que for rebeldia, ela condena. Daí que o viés conservador no olhar sobre essas manifestações é a tônica. Ninguém vê nisso um processo de libertação da sociedade. Todo mundo quer a passividade. Eu saúdo essas manifestações como uma amostra de que a sociedade pode e deve manifestar-se sempre que as condições de sua existência sejam tão iníquas como são hoje.
Que avaliação o senhor faz do movimento "black bloc"?
Faço uma boa avaliação. Se eles se constituem como novos sujeitos da ação social, é para saudar. Vamos ver se, com a ajuda deles, a gente chacoalha essa sociedade que é conformista. Parece que tudo no Brasil vai bem. Não é verdade. Vai tudo mal. Porque o Estado não age no sentido de antecipar-se à sociedade que está mudando rapidamente. Você tem uma sociedade como a brasileira em que a questão operária tornou-se central. E aí vem o Lula e ele está fazendo um trabalho sujo, que é aquietar aquilo que é revolta. Essa sociedade não aguenta esse tranco.
Trabalho sujo?
Ah, tá. A questão operária tem a capacidade de transformar o Brasil e ele está acomodando. De certa forma, está matando a rebeldia que é intrínseca a esse movimento. Rebeldia não quer dizer violência, sair para a rua para quebrar coisa. Rebeldia é um comportamento crítico.
Onde o senhor vê isso no Lula?
Em tudo. Lula é um conservador, ele nunca quis ser personagem desse movimento [operário]. Ele foi contra a vontade dele. Mas ele, no fundo, é um conservador. Ele age como. Na Presidência, atuou como conservador. Pôs Dilma como uma expressão conservadora. Porque você não vende uma personalidade pública como gerente. Gerente é o antípoda da rebeldia. Ele vendeu a Dilma como gerente. Uma gerentona que sabe administrar. É péssimo. O Brasil não precisa de gerentes. Precisa de políticos que tenham capacidade de expressar essa transformação e dar um passo a frente. Ele empurrou a Dilma goela abaixo. Não se pode nem ter uma avaliação mais séria dela, pois ele não deixa ela governar. Atrapalha ela, se mete, inventa que ele é o interlocutor. Aí não dá. E ela não pode nem reclamar. É uma cria dele, né?
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos disse que Dilma tem insensibilidade social. Citou problemas com movimentos sociais, indígenas, camponeses, meio ambiente. O senhor concorda?
Eu não diria com essa ênfase. O Boaventura, eu conheço bem, um sociólogo importante. Essa ênfase na questão camponesa... O Brasil não tem camponês. Isso é um equívoco teórico que vem do fato de a gente analisar o desenvolvimento capitalista brasileiro nos moldes europeus. Não é assim. Aqui nunca teve campesinato, nem terá. Porque, basicamente, aqui teve uma propriedade extremamente concentrada do escravismo. Isso se projetou depois numa economia capitalista. O que tem é uma questão urbana grave, pesada, que é preciso resolver. Não tem questão camponesa, isso é uma celebração do passado.
Mas problema indígena tem.
Indígena é um problema. Porque a sociedade só sabe tratar indígena absorvendo e descaracterizando. Para tratar dessa questão é preciso, na verdade, de uma revolução de alto nível. Qual é essa revolução de alto nível? É reconhecer que há um Estado indígena.
Estado indígena?
É. A real solução. Há um Estado indígena. E o Estado capitalista no Brasil não pode tratar essa questão, não sabe tratar essa questão. Ele só sabe tratar indígena atropelando, matando, trazendo para dentro da chamada civilização. Os irmãos Vilas-Boas são os arautos dessa solução. Eles são ótimos, mas a visão deles estava equivocada. A real solução é de uma gravidade que a gente nem pode propor. Trata-se de um Estado indígena. Separa. Separa. E nada de integrar. Deixa. Ajuda até eles a proporem suas próprias... Ninguém tem coragem de dizer isso no Brasil. Então todo mundo quer integrar. Para integrar, você machuca, você mata, você dissolve as formações indígenas. Já a questão camponesa é falsa. O que existe é um assalariado agrícola pesado que sofre os efeitos de um desenvolvimento acelerado. O Estado do Mato Grosso era uma reserva antigamente. Hoje você passa lá e só não tem mato. É grosso, mas sem mato.
E o tema do meio ambiente? Sensibiliza o senhor?
Eu não acredito que o meio ambiente seja uma forma de fazer política. A Marina Silva está aí lançada. Ela não tem nada a dizer sobre o capitalismo? Será? Será que a política ambiental é ruim? Ou é o capitalismo que é ruim? Ela não diz nada disso. Então, para mim a Marina Silva é uma freira trotskista (risos). Cheia de revolução sem botar o pé no chão. Ela juntou com o Eduardo Campos, uma jogada política importante. Mas nenhum deles tem proposta nenhuma. A Marina fica com esse ambientalismo démodé, não diz o que quer. Criticar a política de meio ambiente é fácil. Quero ver ela criticar o sistema capitalista nas formas em que ele está se reproduzindo no Brasil. Aí é botar o dedo na ferida. Mas ambientalismo...

Sociólogo Francisco Oliveira


O senhor disse que a política da Dilma é conservadora. O senhor diria que ela é de direita?
Não, não diria. Ela é um personagem difícil, coitada. Ela é uma personagem trágica. Porque ela não pode fazer o que ela se proporia a fazer. Ela tem uma história revolucionária. Mas ela não pode fazer isso porque ela está lá porque Lula a colocou. E Lula não é um revolucionário. Ao contrário, ele é um antirrevolucionário. Ele não quer soluções de transformação, ele quer soluções de apaziguamento. E ela está lá para fazer isso. Ela seria mais para o outro lado. Mas não teria força política para isso. Nem existe força social revolucionária. É preciso a gente combater os nossos próprios mitos. Então Dilma está sendo empurrada para a direita. Pelo Lula. Talvez, se as opções estivessem em suas mãos, Dilma faria uma política mais de esquerda no sentido amplo. Mas ela não foi eleita para isso. Nem tem força social capaz de impor essa mudança. A tragédia brasileira de hoje é que o Brasil precisa de uma revolução social, mas não tem forças revolucionárias. O campesinato não existe. O operariado não é revolucionário, é sócio do êxito capitalista no Brasil. Os principais fundos de pensão são todos eles, entre aspas, de propriedade dos trabalhadores. E todos eles atuam nas grandes empresas capitalistas. A burguesia nunca foi revolucionária. Florestan Fernandes deu xeque-mate quando tratou da revolução burguesa no Brasil. É o melhor livro de Florestan.
O que o senhor espera da eleição do ano que vem?
Mais do mesmo. Com nomes diferentes. Ninguém tem capital político para fazer diferente. Além do que, como dizia Telê Santana, em time que está ganhando não se mexe. Eles estão ganhando. Para fazer o projeto de país e sociedade que eles pensam, eles estão ganhando. Nós estamos perdendo. A esquerda está perdendo. Perdendo suas referências e sua força na sociedade. Então, do ponto de vista deles, eles estão ganhando.
E o que a esquerda pode fazer?
Nada. O Aécio Neves não disse a que veio. E não tem proposta nenhuma, na verdade. A dupla Marina-Campos também não tem proposta nenhuma. O ambientalismo... O que é exatamente? Nem ela diz, nem ela sabe. Ela sabe é ficar nesse floreio, que não resolve coisa nenhuma. A Dilma é o que você está vendo. Ela não faz política porque tem de fazer o projeto do Lula. E o projeto do Lula é isso, é conservador. Então é mais do mesmo. A resultante de tudo será um governo muito parecido com o atual: o pouco de virtude que esse governo tem e a carga de irresoluções que ele reproduz.
O que é o pouco de virtude?
O pouco de virtude é, talvez, dar um pouco mais de atenção à área social. Que eu não gosto, para falar a verdade, porque é um conformar-se em não resolver. O Bolsa Família é uma declaração de fracasso. Não é uma declaração de vitória. Para não morrer de fome, a gente vai dar uma comidinha. Eu não gosto disso. Eu sou socialista há 50 anos. Para mim, a gente tem de mudar. E mudar não é necessariamente por revolução violenta, pois está um pouco fora de moda. Mudar fundo. O Estado brasileiro é detentor das principais empresas capitalistas do país. Não são empresas de fazer favor. A Petrobras não faz favor a ninguém. Agora mesmo que a questão dela está repercutindo muito na imprensa, ela pode dizer "eu não estou aqui para fazer favor". Mas se puder fazer capitalismo e distribuir melhor a renda, essa é a tarefa dela. O Estado brasileiro é muito forte, ao contrário do que se passa na maioria dos países. O Estado nos EUA não é forte. Nem na Europa é mais. Foi [forte] na grande virada social-democrata, mas não é mais. No Brasil ainda é. Portanto é aproveitar isso e fazer uma transformação que vá na direção dos interesses populares. O Bolsa Família não é solução. Ele é uma espécie de conformismo: deixa como está para ver como fica; dá um pouquinho de comida para isso não virar revolta. Eu não gosto desse tipo de política. Acho o Bolsa Família uma política conservadora que atende uma dimensão da miséria popular, mas não tem promessa de transformação.

Link para original da matéria: AQUI

sábado, 12 de outubro de 2013

Belo Monte - Cadê?

 
Eu lembro da pseudo-esquerda  petista, principalmente da militância assalariada, dizendo que era mais um videosinho de atores Globais. O tempo foi senhor da razão. Cadê os universitários da UNB para defender o que está sendo feito agora?
E transposição do São Francisco? Continua lá, transpondo a desilusão nordeste a dentro.



 
Para quem esqueceu, abaixo o vídeo da defesa do indefensável, a obra que transformou Marina Silva de Ministra coadjuvante em postulante de peso a cadeira máxima do nosso Executivo.













quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Discutindo a Reforma Política e o Sistema Partidário

É hoje!
Ótima oportunidade para quem quer entender um pouco sobre as alternativas que temos.
Um Seminário não esgota o tema, mas para quem for leigo, mas é uma ótima forma de iniciar os estudos sobre o tema.
Se é que a Reforma sai...


 
 Evento no Facebook:Reforma Política e Sistema Partidário

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Turma do Planalto em Santa Inocência

O ilustrador curitibano Butcher Billy  resolveu criar a partir os quadrinhos de Maurício de Souza uma "leve" critica aos nossos queridos governantes. Curta abaixo:

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Todo jovem quer mudar o mundo
Vai fundo e se acha tão profundo
E num segundo cresce e envelhece e se esquece...
E não consegue nem mudar esse país
E não consegue ser o que ele sempre quis
E se troca por dinheiro feito uma meretriz
E não consegue nem ser feliz
 
(Santa inocência)



Não se preocupe em crescer
De qualquer jeito você vai crescer
E não se preocupe em permanecer
jovem, você vai crescer
Sem perceber, mas não vá se esquecer
De tudo aquilo que você queria ser
 
(Santa Inocência)
 

Jovem, não vá se esquecer dos seus ideais
E não vá ser tudo aquilo que você criticava
E tudo aquilo que você odiava
 
(Santa inocência)


Enquanto você é criança
Ainda é uma esperança
Em que os românticos como eu podem acreditar
 
(Santa inocência, santa inocência)
 

Só você pode nos tirar desse círculo viciado
Quando você crescer (Se você não tiver mudado...)
(Santa inocência)



Uma coisa tão corriqueira como um suborno
Transformou-se há pouco tempo num transtorno
Por eu não querer fazer a coisa errada
E não saber ficar de boca calada
Vendo meus direitos serem usurpados
Agora vivo entre advogados
(Santa inocência)



  • Você vai acabar crescendo e amadurecendo
    E é bom amadurecer, mas tome muito cuidado
    Pra não se misturar com aqueles que já estão
    Apodrecendo
    Uma criança é o que você é
    Que pode vir a ser o que você quiser
    Dependemos de você
    E quando você crescer
    Nunca perca a sua essência de criança
    Nunca esqueça a inocência de criança.
  • Texto e música: Ultraje a Rigor - Crescendo II - A Missão, do álbum Crescendo, 1989.








quarta-feira, 24 de julho de 2013

Fórum Oficial para Discutir Reforma Política

A Câmara dos Deputados lança nesta quarta-feira, no portal e-democracia , a comunidade virtual para discutir e receber sugestões da sociedade sobre a reforma política.
É uma ótima oportunidade de se aproximar do processo de elaboração da Reforma que mais pode influenciar nos rumos de nosso país a curto e médio prazo.

Se você acha que não pode contribuir com nada, contribua acompanhando as discussões e tentando entender qual a melhor maneira de alterar o nosso sistema representativo atual.


Matéria sobre o fato: Câmara dos Deputados lança comunidade virtual para discutir reforma política


Acesse o fórum aqui: http://edemocracia.camara.gov.br/web/reforma-politica/discuta

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O fogo amigo de Lula


Já dizia o velho ditado que em boca fechada, não entra mosca.

Somado ao peso do cachimbo, que faz com que Lula tenha por esporte a critica sistemática ao governo FHC, de quem herdou a estabilidade econômica e a máquina pública. Lula sabe fazer propaganda de seu governo como ninguém, inclusive daquilo que deveria empurrar para debaixo do tapete.
Seguindo essa toada, fez mira novamente no anterior e acertou mais longe. O ex-presidente José Sarney não deve ter se sentido muito cômodo na posição de linha de frente deste atual governo no Congresso. Veja porque:

"A pretexto de ironizar a preocupação do do tucanato com o surto inflacionária, Lula declara o seguinte em privado: “Acho engraçado, as pessoas têm memória curta. Eu tava dentro de uma fábrica, não faz muito tempo, e a inflação era de 80% ao mês. Hoje, você tem inflação de 5,8% ao ano. E aqueles que foram responsáveis pela inflação de 80% ao mês estão incomodados com os 5,8% ao ano.”
Alguém precisa refrescar a memória de Lula. A inflação furou as nuvens sob José Sarney. Ele repassou para Fernando Collor um índice mensal de 84,32%. Sarney e Collor… Poucos governaram o Brasil tão mal tão bem quanto esses dois. Hoje, são aliados federais do petismo. Lula já declarou que Sarney “não é uma pessoa comum”. Não fica bem alvejar o incomum pelas costas."


Publicado hoje no Blog do Josias.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Deputados recebem R$ 2.850 de auxílio aluguel com residência própria em BH

Em reportagem do jornal "O Tempo" de domingo, 15 de julho de 2013, nos foi mostrada mais uma "falcatrua" do legislativo mineiro.

Dos 77 deputados estaduais mineiros, 71 recebem o benefício de auxílio moradia.
O benefício é devido a Assembleia Legislativa do Estado ficar na capital mineira e dessa forma obrigar que os deputados do interior necessitassem fixar residência na cidade.

Mas, o incrível é que destes que recebem, 33 tem imóveis próprios na cidade. Sim, no plural. A maioria tem mais de um apartamento na cidade.
Portanto não deveria receber tal benefício. Concorda?

Vou tentar apurar quem são os que não recebem e publicar também. Mesmo sendo obrigação, merecem a reverência do blogueiro. Até agora só confirmei com a Dep. Luzia Ferreira (PPS-MG) que mesma NÃO recebe o benefício, pois possui apartamento nesta capital. O Dep. Alencar da Silveira Júnior (PDT-MG) também rebateu as críticas do jornal nesta tarde, alegando que já havia pedido o fim do benefício para si e que o jornal não havia se informado direito, não explicou se pediu e foi atendido ou se pediu e ainda continua recebendo.


Abaixo a lista completa dos beneficiários:

Clique e veja o infográfico em tamanho real:  Mordomia dos Parlamentares


A reportagem completa você vê AQUI.

Hoje já houve repercussão da matéria:


Parlamentares já admitem acabar com auxílio-moradia

E o Dep. Rogério Correa (PT-MG), que adora acusar a torto e a direito:

Deputado Rogério Correia pode ser investigado por improbidade administrativa






domingo, 14 de julho de 2013

Machismo x Machismo

Duas mulheres sozinhas num posto.
Um lutador de MMA, Michael Falcão, resolve "assediar" a moça. Diante da recusa dela a agride.
Bom, ela não estava só.
O resultado você vê no vídeo abaixo.




O irônico? O irônico é que vivemos numa sociedade onde uma mulher só se sente protegida quando ela tem proteção particular. Ela precisa fazer parte de uma "matilha". Os jovens que as defenderam teriam feito o mesmo por uma estranha? Alguém teria feito algo?

Pois é...não discordo que os lutadores encontraram uma resposta a babaquice deles, mas e se as moças estivessem só? Ia adiantar chamar a polícia?

sábado, 13 de julho de 2013

Gol do Baixinho - Romário ainda é craque.

Discurso do Dep. Romário (PSB - RJ) no plenário da Câmara nesta semana:

"Senhor Presidente
Prezados Colegas Deputados
Depois de algum tempo, volto a esta tribuna para denunciar um fato que, no meu entender, é de extrema gravidade.
Na noite da última terça-feira (9), o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Senhor José Maria Marin, foi recepcionado aqui em Brasília por mais ou menos 25 parlamentares.
Não estranho esse fato. Afinal, é comum e próprio da democracia o encontro entre deputados e senadores com autoridades de órgãos privados.
O problema, é que a reunião-jantar tratou, também, de um tema que está em discussão nesta Casa ainda de forma preliminar, mas envolve um duro golpe nas finanças públicas do nosso país.
Refiro-me à proposta em elaboração pelo Ministério do Esporte para anistiar uma dívida em torno de R$ 3 bilhões dos clubes de futebol.
Essa dívida, para quem não acompanha o assunto, é para com o INSS, Imposto de Renda e Fundo de Garantia. Ao longo dos últimos 20 anos, os clubes de futebol não repassaram ao fisco os valores devidos. A dívida cresceu e se tornou gigantesca pelo acúmulo de juros, principalmente.
Agora, por iniciativa do Ministério do Esporte, está em elaboração uma medida provisória para anistiar os clubes devedores.
Este assunto, foi discutido há mais ou menos dois meses na Comissão de Turismo e Desporto, da qual sou presidente.
Naquela ocasião, vários deputados que acompanham o assunto participaram da reunião com o diretor de Futebol do Ministério do Esporte, Antônio José Carvalho do Nascimento Filho, o Toninho.
E nunca mais, o assunto voltou a ser tratado nesta Comissão de Turismo e Desporto, o foro legítimo para tal.
No entanto, meus colegas trocaram o nosso ambiente de trabalho para se reunir fora da Câmara dos Deputados, na calada da noite com um cartola que representa a desmoralização da gestão esportiva, o Senhor Marin.
Lembro que Marin é um dirigente que teve íntima ligação com a ditadura militar brasileira. Roubou medalha, terreno público, além da acusação de roubo de energia do vizinho, mas, hoje, é recebido com pompas por deputados que, por respeito à ética, declino citar seus nomes, por enquanto.
Porém, tal reunião contou com a presença de pessoas estranhas ao corpo parlamentar, como o lobista da CBF, Vandenbergue Machado e outros, que opinam sobre tema que não lhes compete.
Em sua investida em Brasília, nesta quarta-feira o Senhor Marin também visitou o presidente desta Casa, o excelentíssimo senhor deputado Henrique Eduardo Alves.
E entregou ao representante maior do Legislativo brasileiro convite para que seja o chefe da delegação num amistoso da Seleção, em setembro próximo, nos Estados Unidos.
O que significa essa ação oportunista de José Maria Marin ao Parlamento Brasileiro, com convites e reuniões?
É uma ousada tentativa para silenciar a Câmara dos Deputados com a troca de favores e benefícios?
Ou Marin já está apresentando a fatura da CBF por ter concedido centenas de ingressos a parlamentares, durante os jogos da Seleção Brasileira na Copa das Confederações?
Precisamos repudiar esse comportamento, pois ele sugere nos intimidar diante do poder do futebol. Já basta o que fazia o presidente anterior, Sr. Ricardo Teixeira.
Não podemos silenciar nem nos dobrar quando um personagem que não honrou os princípios democráticos na história do Brasil, nem uma das maiores entidades esportivas do mundo, agora se aproxima do Legislativo para ter benefícios ilegais, imorais e altamente suspeitos.
Não fosse por isso, é preciso considerar que a proposta dos clubes, com apoio da CBF e do Ministério do Esporte para perdoar a dívida de mais de R$ 3 Bilhões é discutida fora do âmbito devido.
E, pior, essa proposta de anistia do fisco acabará premiando o caloteiro de ontem, onerando significativa e moralmente o cofre público e o contribuinte em geral. Muitos deles aproveitaram o calote para enriquecer ilicitamente, é claro que não me refiro a todos, nem as atuais gestões.
Sabemos que a presidente Dilma Rousseff prepara um rigoroso corte no Orçamento da República para tentar fazer frente à crise econômica que nos ronda.
E é num momento assim e diante do rigor que o governo quer impor às contas públicas que os cartolas querem ser anistiados do calote que impuseram ao fisco?
É difícil entender que essa proposta tenha o apoio do Ministério do Esporte!
É difícil entender que essa proposta volte a ser discutida de forma escondida e sem levar em conta o recado das ruas, das recentes manifestações que clamaram contra os abusos do Poder.

É mais difícil entender que órgão do próprio governo, o Ministério do Esporte, e representantes populares, os senhores deputados, abracem essa causa da anistia aos clubes de futebol no momento em que o Palácio do Planalto pede rigor nos gastos públicos e agilidade na arrecadação dos impostos para enfrentar a ameaça inflacionária e evitar que a crise econômica se agrave, com desastrosa repercussão na rotina da população em geral.

Será que este Parlamento já esqueceu que há poucos dias fomos surpreendidos por passeatas de jovens implorando por um País mais digno, mais honesto e com os poderes da República menos corruptos?

E é essa resposta que damos a essa juventude, recebendo e abraçando um cartola altamente suspeito de atos de corrupção, de gestão suspeita frente à CBF? E, pior, um cartola que nos remete à lembrança de uma ditadura que ainda lutamos para esquecer!!!
É neste sentido que apelo aos Colegas Parlamentares para que repudiem essa ação ousada e suspeita de José Maria Marin sobre o Congresso Nacional.
Mais: que repudiem a proposta que possivelmente virá do Executivo para anistiar caloteiros que não honraram o recolhimento de impostos de seus clubes e, agora, querem tratamento privilegiado, diferente daqueles que a lei impõe aos brasileiros em geral.
É neste panorama que volto a apelar ao Senhor Presidente da Câmara dos Deputados para que aprove e instale, o quanto antes, a CPI da CBF, da qual sou o autor do pedido.
Às justificativas que apresentei por ocasião do protocolo de pedido da CPI, acrescento agora fatos novos que não podem ser ignorados. Ao contrário, esta Casa tem obrigação política e institucional para investigar as denúncias que relacionei, pois elas envolvem, também, uma querida instituição intimamente vinculada à cultura esportiva, a nossa Seleção Brasileira."

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Cerol: Caso de Polícia ou de Políticos?


Sou motociclista desde de 2009.

De lá para cá, mais que a necessidade de ter cuidado com o trânsito, parentes, amigos e meus irmãos do Moto Clube Harpias das Gerais sempre manifestam uma maior preocupação com o risco de acidentes com linha de cerol.
Campanhas são realizadas em função de se conscientizar o motociclista do uso da antena corta pipa, inclusive doando muitas vezes dezenas de antenas em blitzes educativas, quando o correto seria o combate efetivo ao uso do cerol.

Fonte: Catraca Livre
Dados da FHEMIG, que você confere AQUI, apontam um atendimento a cada dois dias no Hosp. João XXIII em Belo Horizonte por acidentes (?) com uso do cerol em linhas de pipa. A maioria dos acidentados são homens, principalmente jovens. A maior parte das lesões são nas mãos, sim, o usuário é a principal vítima, seguido pelo pescoço, quando as vitimas são motociclistas e ciclistas na grande maioria.

Acidente? Não! Não foi acidente. Foi assassinato. Cerol mata. E é usado de forma consciente por crianças e adolescentes, apesar das campanhas nas escolas, dos pais informados sobre o risco e da polícia que...polícia?

Sim, o caso é de polícia. Mas, antes de tudo, de política. Falta vontade política para resolver o assunto.
Educar, conscientizar é dever do Estado, mas nesse aspecto ele já conta com a solidariedade e empenho da Sociedade Civil, através das entidades que zelam pela vida no trânsito, pelas associações de motociclistas, moto clubes, sindicatos de motofretistas que ajudam nesse trabalho.
Mas, a fiscalização cabe ao poder público, pior, cabe a vontade política de que seja feita.
Em Minas Gerais já existe lei que pune o uso do cerol na pipa. Veja AQUI a lei e sua regulamentação na íntegra.
Fonte: www.cerol.com.br
Ela prevê multa de R$100 a R$1500 e é enfática em sua regulamentação que a  obrigação da fiscalização "Cabe aos integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, com o apoio concorrente dos agentes de fiscalização municipal ou de guardas municipais".

E por quê isso não é feito? Por que o uso do Cerol não é reprimido então?
É óbvio que não há vontade política para tal. Conversando com alguns PM´s, GM´s e agentes  amigos meus, é latente a falta de vontade de realizar essa fiscalização. Opinião unânime entre estes que consultei que esta atividade não é função e nem prioridade deles.
E quem define prioridades nestes casos? Cabe ao Prefeito, ao Governador tomar uma atitude real quanto a isso. Enquanto o mundo político posar de bonzinho, de educador e fingir que não é sua responsabilidade impedir o uso do cerol, assim permanecerá.
A simples instrução para verificar as linhas usadas pelas crianças nas ruas e recolhimento das linhas e das pipas já faria com que a criançada passasse a se preocupar com o fato. Pipa é geralmente diversão de crianças mais pobres, que tem dificuldade de obter recursos para comprar a linha, logo a possibilidade de ficar sem ela, conscientiza sobre o impedimento do uso do cerol. Mas, isso é exigir demais de nossos agentes de segurança ou não?
Fonte: Domínio Público - Internet
Possibilidade de mudança? Só a mudança que é padrão no Brasil: quando uma tragédia for provocada pelo cerol, difícil, mas não impossível, o assunto virá a tona. E assim como foi feito com a lei seca, que parece que não existia antes, aprovarão uma punição mais severa e farão grandes campanhas como se o fato fosse novo.
Enquanto isso vidas continuarão sendo perdidas, uma de cada vez, sangrando uma família por vez, por que isso não incomoda. Isso não gera comoção. Já nos acostumamos a tratar isso como mero acidente cotidiano.

domingo, 7 de julho de 2013

RESUMO DA SEMANA - De Ali Babá a Eike Batista (30/6 a 1/07/2013)


Semana longa essa.

Coincidência ou não, Dilma na versão "mãe Dinah", acertou os  países das mudanças, errou o rumo.
Eike parece que perdeu seu toque de Midas. E vai ganhar um filho no fim do ano.
Entramos na era "Pós-Eike"? Prenúncio da era "Pós-Dilma"?

Veja como foi a semana que passou a video-charge do blog do Josias abaixo.




domingo, 30 de junho de 2013

Como Taiwan explica os protestos no Brasil.


A TV tailandesa resolveu explicar aos seus telespectadores os protestos no Brasil.

Usou e abusou de animações 3D. E em uma sensacional sacada, escolheram um animal símbolo para os nossos estádios monumentais. Genial.
Nada de cenas ao vivo. Vai que os orientais aprendem como faz?

Assista abaixo. Ainda não há legendas em português, o que não tira a graça da coisa.




Vai dizer que agora você não sabe tudo sobre as manifestações?

sábado, 29 de junho de 2013

GREVE GERAL DE NINGUÉM






GREVES são convocadas por alguém. Toda greve tem uma fonte, uma origem e principalmente um motivo.
Essa greve do dia 1 de Julho não tem pai, não tem mãe. É filha do Ctrl-C, Ctrl-V que muito adotaram aqui, achando que ajuda.
Vou te contar um segredo: o Anonymous não precisa de ajuda para ser anônimo. Simples assim.
Essa greve não é de ESQUERDA, não é de DIREITA. Não dá para saber se é pró ou anti-governo.
Não tem dono.

É uma greve para mudar o Brasil? Uai, então por que não é de todos? Porque quem propõe não pode se mostrar?

Resultado? Dia 1 não tem greve. Esqueça o resto.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Reunião de Emergência - Porta dos Fundos


Os fatos contidos nesse vídeo são um peça de ficção, não necessariamente condiz com a realidade. Ou não?





Vale a pena curtir o canal dessa turma: AQUI.

terça-feira, 25 de junho de 2013

E a FIFA foi pro pátio!!! - Veículo oficial FIFA rebocado em BH!!!


E FIFA achou que a lei estava suspensa fora da "Area FIFA" também.

Esta manhã, em Belo Horizonte, um veículo oficial do COL (Comitê Organizador Local) da FIFA, ficou por mais de uma hora estacionado no centro da capital na area reservada exclusivamente para os passageiros vão para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves (CONFINS) e vão tomar o ônibus executivo que os leva diretamente ao aeroporto.

Os agentes da BHTrans, que monitoram o local, acionaram a viatura que transporta um Policial Militar e o reboque.

Mesmo após todo esse tempo, o responsável pelo veículo Hyundai HB20,  azul de Piracicaba/SP - FIP2961, não compareceu ao local.

Resultado? Veja no vídeo abaixo.


O vídeo também pode ser visto no You Tube!, clique AQUI.

A ocorrência foi registrada na BHTrans sob número: 13/27076. Estamos de olho. Não podemos permitir "jeitinho" para que o veículo deixe o pátio de recolhimento da BHTrans. Que é famoso por não abrir exceção alguma e ser considerado extremamente rigoroso no cumprimento da lei.





terça-feira, 18 de junho de 2013

Roupa Suja se lava em casa.

Desabafo de um agente da BHTrans. Surtou.
Não tive contato com o agente, por isso não sei em que condições o fato ocorreu.

O agente simplesmente tirou o uniforme no meio da via. Simples assim. E foi embora.


Ele é um instrumento para manter a mobilidade no nosso meio e acabou sendo vítima dos efeitos desse meio. A selva urbana faz mais uma vítima.




 ATUALIZAÇÃO - 20 de Junho
Aos que questionaram: Júlio Diniz é realmente funcionário da BHTrans - Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A - que pertence a Prefeitura de Belo Horizonte.



Fora Renan! Fora Sarney! Descanse em paz, PMDB!

Em 2014 teremos eleições presidenciais.

Para Senador.

Para Governador.

Para Deputado Federal.

Para Deputado Estadual.

Independente de quem ganhar, sabe qual partido vai estar no poder? Em todos os estados.
Em todos os municípios.

Não sabe? O partido de Renan, o partido de Sarney.

Sempre ele. PMDB, número 15 na legenda.



Sabe o que isso significa? Ele não que ser protagonista. Ele quer só a parte dele do bolo. Ele não quer mudança. Ele não quer mudança alguma.  E quando quer é na base do mude tudo para que tudo continue sendo o que sempre foi.

Como agir? Não vote em nenhum candidato que comece com o 15. Seja ele quem for. Mesmo que seja bem intencionado. Mesmo que seja honesto.

Quem elege alguém do PMDB, independente da esfera, reforça as velhas raposas da política. Dilma é refém dele. Lula foi refém dele. FHC perdeu o controle de sua base quando o PMDB se dividiu.

Em 2014 não vote 15.000, 1500, 150, 15. Vamos extirpar o mal pela raiz. Simples assim.

Em quem você vai votar? Não importa. Acredite, não há como trazer alguém limpo para conviver na água suja do Congresso Nacional comandando pela banca do PMDB.

#nãovoteno15 #forapmdb


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Sem almoço, pelo bem da Copa. Você topa?



Gente desmaiando de fome para ser voluntário na Copa das Confederações.

Um ensaio de 8 às 17 horas.

Um lanche composto de sanduíche, fruta e UM bombom distribuído ás 14 horas como almoço.

Socorristas quase robôs que só atendem quando o "capataz" da FIFA diz que pode.

Isso foi um ensaio. Imagina na Copa.

Você vê aqui:
Ensaio para abertura da Copa das Confederações termina em tumulto no Mané Garrincha - SuperEsportes DF

Boa sorte, Brasil!!! #sou+oJapão

Irracional é protagonista na revolta dos R$ 0,20 por Josias de Souza


 "Nina Cappello, estudante de direito, tida como uma das “organizadoras” do Movimento Passe Livre já havia lavado as mãos há três dias: “A gente não tem controle. Ficou claro que a manifestação se transformou numa revolta popular na cidade contra o aumento da tarifa.” Na noite passada, Lídio Costa Júnior, major da Polícia Militar, enxaguou as mãos “Não nos responsabilizamos mais pelo que vai acontecer”.
Entre a falta de controle da turba e a ausência de responsabilidade da farda, o irracional tornou-se o ator principal do espetáculo transmitido ao vivo das ruas centrais de São Paulo para os lares de todo país. Em meio à bruma do spray de pimenta, a euforia do quebra-quebra misturava-se à excitação dos tiros de borracha. Os dois lados pareciam ter ciência de que preparavam um noticiário fantástico.
Era como se ditassem para o William Bonner um par de destaques para a escalada de manchetes do Jornal Nacional. Era como se redigissem a capa dos jornais da manhã seguinte. Rodavam uma espécie de filme de ação sem autor nem diretor. Depredavam e lançavam bombas de gás porque seguiam orientações e cumpriam ordens. Orientações do Tinhoso, ordens do Todo-Poderoso. E vice-versa.
Exceto pelos sublevados que não têm cara de quem anda de ônibus, manifestantes e soldados formam uma irmandade feita da mesma matéria prima. Não têm razão para sentir raiva um do outro. Provavelmente moram nas mesmas submoradias, comem o mesmo pão que Asmodeu amassou.
Suprema ironia: quando o prefeito era de outro partido, o PT estimulava o Movimento Passe Livre.
Agora, o prefeito é petista. Cúmplice nos reajustes, faz coro com o governador tucano: não há como cancelar. E a turma que dirige o próprio carro se horroriza com a revolta que um reajuste de R$ 0,20 pode causar. Que horror, que horror!
Por sorte, a rebelião teve um desses momentos que o doutor Luís Roberto Barroso, novo ministro do STF, chamaria de ponto fora da curva. Protagonizou-o o policial militar Wanderlei Paulo Vignoli. Montava guarda no prédio do Tribunal de Justiça de São Paulo quando notou que um sujeito pichava o bem público. Tentou impedir. Súbito, viu-se cercado por duas dezenas de manifestantes.
Apedrejado na testa, sangue a escorrer pelo rosto, recolheu os ruídos que soavam ao redor: “Lincha, lincha. Tira a arma dele. Mata!” Sacou o revólver que trazia na cintura. Estava carregado com balas letais, não de borracha. Por que não atirou? “Somos treinados para manter o autocontrole, só atirar no limite. Entendi que, mesmo tendo sido atingido com pedradas, não era o limite para usar arma de fogo.”
Vignoli anda de ônibus e de metrô. Quando não está fardado, desembolsa a tarifa que passou de R$ 3,00 para R$ 3,20. Informado de que os rebeldes pedem tarifa zero, o policial fez cara de riso. “Eu também gostaria, né? Mas acho que nem os países de Primeiro Mundo chegaram a esse patamar.”
Segurança do Tribunal de Justiça, Vignoli conta que o prédio acaba de passar por uma restauração milionária. “Eles têm que entender que esse dinheiro [para apagar a pichação] vai sair do bolso da população.” A realidade brasileira por vezes fica inacreditável. Mas quando se imagina que tudo está perdido, o sujeito que segura o revólver demonstra que é possível ter razão disparando apenas argumentos."

Leia "post" original aqui.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Quem confia em Collor?

Presidente da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado, Fernando Collor (PTB-AL) rasgou um relatório enviado pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre) sobre uma obra na Rodovia BR 364 em Rondônia. Dois dos senadores deste estado estavam presentes ao espetáculo:  Acir Gurgacz (PDT-RO) e Valdir Raupp (PMDB-RO).
Partiu deles a informação de que apesar o do relatório dizer que a obra de reforma havia sido re-iniciada, não havia máquinas, nem homens trabalhando por lá.
Num gesto típico de sua personalidade, bem atestado por sua conduta quando presidente da República, Fernando Collor rasgou o documento e mandou que enviassem de volta ao Diretor do DNIT.
Veja abaixo:
A pergunta é: Quem confia em Collor? Alguém vai se surpreender se o próximo Diretor do DNIT for de Rondônia ou no mínimo ligado a essa turma?

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Quem se diverte com a Copa no Brasil?

"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada". Ayn Rand

Citado isto, nem preciso comentar a matéria do Juca Kfouri abaixo.

Joana “Festeira” Havelange do Blog do Juca

 

Joana Teixeira Havelange, 36 anos, que entre salários e bônus ganha mais de 100 mil reais mensais como segunda executiva do COL (Comitê Organizador Local)*, tirou alguns dias, agora em meados de abril, para curtir o Coachella Valley Music and Arts Festival, na Califórnia.
Trata-se, como se diz, do Festival de Woodstock do século 21.
Nada contra que ela, e mais duas funcionárias do COL, Anna Silveira, Gerente Geral de Eventos, e Keli Kanashiro, Gerente Geral Administrativa, se ausentem juntas, mesmo que às vésperas de um teste no Mineirão, como o da última quarta-feira.
Afinal, o ex-goleiro Baka está aí para isso mesmo, para segurar todas como principal executivo do órgão.
Ocorre que o COL vem repassando para as 12 sedes da Copa do Mundo obrigações que eram dele e que superam os 50 milhões de reais.
O fornecimento de energia temporária, por exemplo, é um desses casos, assim como o cabeamento nos estádios para os centros de imprensa e os mais de 3.000 monitores de TV, tudo originalmente previsto como custo Fifa/COL.
Mas que acabou repassado para as cidades arcarem, isto é, para você, eu, nós, pagarmos, se já não bastasse estarmos pagando pelos estádios públicos e privados.
E é aí que também as baladas da filha de Ricardo Teixeira, e neta de João Havelange, cujo currículo não a habilita para tamanha função, passam a ser de interesse público.
Ela é quem está de língua de fora à direita na primeira foto, batendo palmas na segunda e presente também na terceira, única loira, de óculos escuro.
Joana festeira, sempre sorridente, feliz da vida dela, como se risse da sua, da minha, das nossas caras.

N.B.: COL - É o Comitê responsável pela organização geral da Copa no país sede, sendo agente fiscalizador dos compromissos assumidos pelo país para com a FIFA e seus investidores. (Nota do Blogueiro)
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O dia em que PT virou ARENA e Dilma, General


Em reação à tentativa do bloco governista impor a tramitação em regime de urgência no Senado do projeto que asfixia novos partidos, Pedro Simon (PMDB-RS) pronunciou um discurso com duros ataques a Dilma Rousseff. Comparou-a ao general Ernesto Geisel, que presidiu o país de 1974 a 1979, durante a ditadura.
“Talvez tenhamos que nos referir à marechala presidente”, ironizou Simon. “Talvez, daqui a pouco, ela tenha que aparecer com um casaco diferente. Pode até continuar sendo vermelho, sua cor preferida. Mas com estrelas.” Para Simon, o projeto que o governo deseja aprovar a toque de caixa assemelha-se ao “Pacote de Abril”, baixado por Geisel em 1977. Daí a analogia.
Depois de apoiar e até auxiliar Gilberto Kassab a fundar o seu PSD, o Planalto e seu consórcio partidário pisam no acelerador para aprovar a proposta que restringe o acesso de novos partidos às verbas do fundo partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na tevê. Por quê? Para asfixiar legendas novas que se organizam para servir de suporte a Marina Silva e Eduardo Campos, dois potenciais adversários de Dilma.
“Ontem, ajeitou-se tudo para resolver para o PSD. Terá ministério, tem tudo preparado para ir para o governo”, disse Simon, referindo-se ao partido que Kassab criou a partir de uma dissidência do proto-oposicionista DEM. “Tudo bem. Está feito. Mas agora, de uma hora para outra, de uma semana pra outra, querem fazer tudo para evitar a Marina [Rede] e o MD [Movimento Democrático, nascido da fusão do PPS com o PMN]. Não pode ser. Não tem condições.”
O Pacote de Abril, evocado por Simon e por outros oposicionistas para desqualificar o projeto que o Planalto empina, incluiu o fechamento do Congresso. “O PT só não fecha porque não tem força para tanto”, disse Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que endossou a comparação feita por Simon.
Quando Geisel editou o seu “pacote”, os militares vinham de um revés eleitoral, sofrido em 1974. O regime perdera as eleições na maioria dos Estados. Para não perder também a maioria no Legislativo, alterou as regras da eleição de 1978. Decidiu, entre outras coisas, que metade das cadeiras que estavam em jogo no Senado seriam preenchidas por senadores biônicos, sem voto.
No seu discurso, Simon comparou o PT à Arena, o partido da ditadura. Recordou uma cena que testemunhara horas antes. “Hoje de manhã, assistimos na Comissão de Constituição e Justiça delegados de polícia e senadores do PT, de mãos dadas, cantando o hino nacional, porque foi aprovado projeto que dá força aos delegados contra os promotores [que tiveram os poderes de investigação podados]”.
Simon prosseguiu: “No mesmo dia, agora à tarde, vamos ver nossos amigos da Arena fazendo um novo festejo. Esse é o Pacote de Abril. Meus amigos do PT, foi com esses pacotes de abril que a Arena colocou senadores biônicos aqui no plenário. Foi com iniciativas como essa que a Arena explodiu. E o PT está caminhando na direção da implosão.”
Simon vaticinou: Dilma, “que tinha o carinho, o respeito e a credibilidade vai ver para onde vai baixar o seu prestígio. Ela vai se identificar com o que tem de mais triste, de mais infeliz, de mais vulgar na políitca brasileita.” Voltando-se para o líder do PT, Wellington dias (PI), indagou: “O PT aceita essa humilhação? Os líderes do PT são obrigados a dizer amém para uma coisa dessas?”
Nesse instante, os senadores se revezam no microfone do Senado. Debatem o pedido de urgência par o projeto que submete os novos partidos ao torniquete das verbas do fundo partidário e do tempo de rádio e tevê. Se for aprovado, o regime do toque de caixa permite que a proposta seja apreciada sem passar pelas comissões do Senado. Se isso ocorrer, pode ser aprovado já na próxima semana. Presente, Marina Silva assiste a tudo. Veste preto.
Simon não foi o único filiado do PMDB a se opor à proposta que a direção do partido, a começar do vice-presidente Michel Temer, defende ardorosamente. Além de Simon, discursaram contra o projeto os pemedebês Jarbas Vasconcelos (PE), Roberto Requião (PR), Ricardo Ferraço (ES) e Cassildo Maldaner (SC). A matéria dividiu também a oposição. O DEM, escaldado pela erosão que Kassab provocou em seus quadros, é a favor. O PSDB do presidenciável Aécio Neves é contra.

terça-feira, 16 de abril de 2013

PPS: Suícidio ou Metamorfose necessária?

Se quiser entender antes o que está ocorrendo, clique aqui.

Num gesto surpreendente, embora já comentado e esperando nos bastidores da política a meses, o PPS (Partido Popular Socialista), outrora PCB, vai se fundir nesta quarta-feira, 17 de Abril, ao combalido PMN (Partido da Mobilização Nacional), desta união surgirá o MD: Mobilização Democrática.
Alguns militantes questionam a subtração de alguma referência nominal a esquerda, ao socialismo ou comunismo. Segundo a direção do partido a ideia é não afastar outros atores democráticos que não tenham em sua história uma ligação tão forte com os movimentos de esquerdas, leia-se: estão na mira os discidentes do PSD de Kassab, do moribundo DEM e dos descontentes na base governista.
 Resta saber se os velhos membros do partidão terão condições de suportar o aporte de novos membros, não afeitos a partidos com vida partidária intensa e adeptos do debate interno intenso como foram os anos de existência do PPS.
O partido nasce mirando na candidatura de Eduardo Campos (PSB - Partido Socialista Brasileiro), governador do Pernambuco, a presidência em 2014, tendo o próprio oferecido ao grupo que toma a iniciativa, a ajuda do corpo jurídico do PSB para possíveis entreveros jurídicos com o grupo governista.
O fato é que com este gesto o PPS poderá estar se condenando a um suicídio desnecessário e sem volta, mas que pode se converter numa nova aglutinação política, que se contraponha ao gesto oportunista de Kassab pela centro-direita. A reação de Dilma e do governo, junto ao empenho do próprio Kassab para aprovar medida que tornasse esse ato nulo, já demonstra que se não é grande o suficiente para garantir novos rumos, ao menos preocupa e muito.

Abaixo reproduzo entrevista do Presidente do PPS, Deputado Roberto Freire (PPS-SP):



Novo partido pende para Eduardo, afirma Freire



Freire: ‘Alternativa que mais se fortaleceu no PPS com a fusão é a candidatura de Eduardo Campos’
A Mobilização Democrática, legenda a ser criada nesta quarta-feira (17) a partir da fusão do PPS com o PMN, enxerga no governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) a melhor alternativa para a sucessão de 2014. “Isso é bom inclusive para o próprio Aécio Neves, porque a presença de mais candidatos na disputa força a realização de um segundo turno”, disse o deputado Roberto Freire, presidente do PPS, em entrevista ao blog.
O novo partido foi constituído para oferecer uma “janela” aos políticos descontentes com suas atuais legendas. Freire informa que serão bem-vindos inclusive insatisfeitos do recém-criado PSD e do DEM. “Não temos razão para adotar filtro ideológico. A realidade política que estamos vivendo exige uma amplitude maior, pede a formação de uma frente democrática.” Espera trazer o tucano José Serra? “Estamos no jogo, esperando até o último segundo”, responde Freire. Abaixo, a entrevista:
— A nova legenda, que se define como da esquerda democrática, não irá se descaracterizar ao receber políticos de partidos como PSD e DEM? É por isso que o partido vai ser chamado de Mobilização Democrática, embora tenha uma componente de esquerda, inclusive com a tradição comunista, que o PPS traz. Não vamos ficar circunscrevendo nossa ação a quem for de esquerda.
— Não receia ser comparado a Gilberto Kassab, que disse que o PSD não seria de esquerda nem de direita nem de centro? Não. Nosso partido, se você quiser situar, será de centro-esquerda. A componente de esquerda, inclusive comunista, vai se fazer notar, junto com setores da sociedade que são democráticos. Nosso projeto é de natureza essencialmente democrática. Diria a você que, em função da realidade brasileira, estamos criando uma frente democrática tal como construímos lá atrás, no velho MDB, na luta contra a ditadura.
— Os tempos são outros, não? É claro que há todas as diferenças. Não estamos numa ditadura. Mas nós estamos construindo uma alternativa política que tem uma esquerda, até de origem comunista, e a abertura concreta para a formulação conjunta com políticos e lideranças democráticas do país. Entre os nomes que podemos imaginar para disputar o governo teremos, no campo oposicionista, inclusive a possibilidade de caminhar com um candidato de esquerda.
— Refere-se a Eduardo Campos? Isso pode ocorrer, na hipótese de ele vir a ser candidato. Marina Silva também representará uma candidatura democrática e progressista. Há várias alternativas.
— Que alternativa o novo partido deve adotar? Diria a você que a alternativa que mais se fortaleceu dentro do PPS com essa fusão, sem dúvida nenhuma, é essa que vê na candidatura de Eduardo Campos a melhor opção para o partido. Até porque a fusão foi muito pensada por esse grupo.
— Ainda não citou Aécio Neves. Exclui o nome dele por considerá-lo de centro? Não. Defino Aécio como um social-democrata, um homem de esquerda. Vou lembrar um episódio que poucos sabem. Quando era mais jovem, o Aécio foi junto conosco a um Congresso da Juventude, na delegação que o PCB enviou a Moscou. Ele sempre teve bom diálogo conosco. É um democrata.
— Mas não terá o apoio, é isso? Aécio merece todo o nosso respeito e poderá merecer o voto, sem nenhuma dúvida. Podemos ter outra opção. Mas isso é importante até do ponto de vista tático. É bom inclusive para o próprio Aécio, porque a presença de mais candidatos força a realização de um segundo turno. Eu creio que isso é taticamente o mais correto para a oposição brasileira. Não vejo razão para concentrar a disputa no primeiro turno. Isso é para a Venezuela, aqui não.
— Para enfatizar: não haverá filtro ideológico para as filiações à nova legenda? Não. A mudança de PCB para PPS já não observou esse filtro ideológico. Era um partido de esquerda, mas não tínhamos essa exigência. Até porque nós superamos a fase do PCB, do marxismo-leninismo, do centralismo democrático. Agora, nessa fusão, mais uma vez não temos razão para adotar filtro ideológico. A realidade política que estamos vivendo exige uma amplitude maior, pede a formação de uma frente democrática.
— Todos pensam assim? Algumas pessoas dizem: ah, pode vir fulano ou beltrano. Não estou citando nome exatamente por isso. Nós, do PPS, já passamos por isso. No nosso processo de mudança, tivemos aqui ou acolá alguém que trouxe práticas que não eram condizentes com o que pensávamos no partido. E o processo foi depurando isso. Lembro do próprio Ciro Gomes. Ajudou o partido como candidato [à Presidência, em 2002]. Mas depois imaginou que poderia ficar no governo de Lula quando o partido promoveu um rompimento. E o partido mandou ele embora.
— Por ironia, hoje ele está no PSB de Eduardo Campos. Tudo bem. Não tem nenhum problema. Se ele não fizer nenhuma besteira, está ótimo. Vamos lá, estamos juntos. O que é fundamental, e a experiência do PPS indica isso, é que, mesmo com esse pluralismo, você não pode perder os seus valores. E esse novo partido não vai perder. Não vamos vetar ninguém, mas ninguém pode chegar aqui é adotar práticas que não sejam condizentes com o que nós, historicamente, representamos. Isso é um processo. Já vivemos essa experiência.
— Espera atrair quantos novos filiados? Não tenho estimativas. Não estamos conversando nada, porque temos primeiro que definir a fusão, o que faremos nesta quarta-feira. Tenho recebido muitos telefonemas dos Estados, inclusive de São Paulo. São veradores, prefeitos e deputados estaduais. Os deputados federais nós vamos ver no que vai dar.
— Acha que há políticos desconfortáveis em outras legendas? Ah, claro. Se não tivesse, o Kassab não estaria tão aperreado. E não é só Kassab. Pelo que vocês informam, a dona Dilma também está preocupada. Não creio que eles estejam tensos porque pode vir alguém de partidos da oposição. Estão tensos porque pode sair gente da base do governo.
— A fusão foi antecipada para se precaver contra o projeto de lei que dificulta a criação de novos partidos? É exatamente isso. A lei, se for aprovada, não pode retroagir. Vamos existir como novo partido na vigência do mesmo ordenamento jurídico que viabilizou o PSD. O partido político é autônomo. De acordo com a lei, ele é que decide os seus destinos, ele se autodetermina. Pode se fundir, incorporar-se a outro, pode se extinguir. E também pode criar um novo partido por sucessão, tal como o PCB fez lá atrás, tornando-se PPS. O partido é livre para definir os seus destinos. Só não pode infringir a lei. Pois bem, nós faremos um congresso conjunto com PMN, elegeremos um órgão de direção nacional e faremos o registro no cartório de títulos e documentos. A partir desse instante, o partido já terá existência formal. Depois, comunicaremos ao TSE.
— Não teme que o PPS seja tachado de oportunista? do  estamos fazendo isso. Vamos fazer um Congresso, a lei de fusao (9/096, de 95) diz que orgaos nacionais de deliberaçao dos partidos votaram em sessao conjunta, maioria absoluta, projeto e elegerao orgao de direçao nacional, que promoverá o registro do novo partido. Começa com isso, faz-se o reigstro em cartório de títulos e documentos da ata da reniao conjunta que decidiu pela fusao e depois a comunicaçao ao TSE. A fusao se realiza no momento do registro noc artório de titulos e documentos.
— Continua achando que o projeto que altera as regras para a criação de partiros é um golpe? Claro. O que está querendo é acabar com algo que o José Serra chamou de portabilidade [o deputado que muda de partido leva o tempo de televisão e a cota do fundo partidário proporcional à sua última votação]. Chamo de casuísmo e golpe. Nos perguntamos: por que vocês não discutem a troca de regras para a próxima legislatura. Para o futuro, tudo bem, podemos até discutir. O que não dá é para proibir isso agora, depois de que o PSD ter sido beneficiado.
— Não teme que o PPS seja tachado de oportunista? Nenhum receio. Até porque já foi permitido para privilegiar um partido que se vinculou ao governo. Nesse momento, eu diria que não é oportunismo, mas senso de oportunidade. Não fui eu que inventei isso. O PPS foi atingido. Perdeu quatro deputados federais para o PSD. E eu não reclamei. Tudo bem. Saíram do partido e o Supremo Tribunal Federal disse que era correta a interpretação de que eles levavam o tempo de tevê e o fundo partidário. Tudo tudo bem. Agora, não venham dizer que estamos inventando isso. De nossa parte, o que há é o senso de oportunidade. Basta ver o protagonismo que passamos a ter nesse processo de 2014.
— Ainda tem a expectativa de trazer José Serra? Expectativa a gente nunca perde. No futebol, os segundos são irrelevantes. Mas no basquete cada segundo pode ser decisivo. Já joguei basquete e sei o que o último segundo pode representar. Estamos no jogo, esperando até o último segundo.