segunda-feira, 8 de julho de 2013

Cerol: Caso de Polícia ou de Políticos?


Sou motociclista desde de 2009.

De lá para cá, mais que a necessidade de ter cuidado com o trânsito, parentes, amigos e meus irmãos do Moto Clube Harpias das Gerais sempre manifestam uma maior preocupação com o risco de acidentes com linha de cerol.
Campanhas são realizadas em função de se conscientizar o motociclista do uso da antena corta pipa, inclusive doando muitas vezes dezenas de antenas em blitzes educativas, quando o correto seria o combate efetivo ao uso do cerol.

Fonte: Catraca Livre
Dados da FHEMIG, que você confere AQUI, apontam um atendimento a cada dois dias no Hosp. João XXIII em Belo Horizonte por acidentes (?) com uso do cerol em linhas de pipa. A maioria dos acidentados são homens, principalmente jovens. A maior parte das lesões são nas mãos, sim, o usuário é a principal vítima, seguido pelo pescoço, quando as vitimas são motociclistas e ciclistas na grande maioria.

Acidente? Não! Não foi acidente. Foi assassinato. Cerol mata. E é usado de forma consciente por crianças e adolescentes, apesar das campanhas nas escolas, dos pais informados sobre o risco e da polícia que...polícia?

Sim, o caso é de polícia. Mas, antes de tudo, de política. Falta vontade política para resolver o assunto.
Educar, conscientizar é dever do Estado, mas nesse aspecto ele já conta com a solidariedade e empenho da Sociedade Civil, através das entidades que zelam pela vida no trânsito, pelas associações de motociclistas, moto clubes, sindicatos de motofretistas que ajudam nesse trabalho.
Mas, a fiscalização cabe ao poder público, pior, cabe a vontade política de que seja feita.
Em Minas Gerais já existe lei que pune o uso do cerol na pipa. Veja AQUI a lei e sua regulamentação na íntegra.
Fonte: www.cerol.com.br
Ela prevê multa de R$100 a R$1500 e é enfática em sua regulamentação que a  obrigação da fiscalização "Cabe aos integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, com o apoio concorrente dos agentes de fiscalização municipal ou de guardas municipais".

E por quê isso não é feito? Por que o uso do Cerol não é reprimido então?
É óbvio que não há vontade política para tal. Conversando com alguns PM´s, GM´s e agentes  amigos meus, é latente a falta de vontade de realizar essa fiscalização. Opinião unânime entre estes que consultei que esta atividade não é função e nem prioridade deles.
E quem define prioridades nestes casos? Cabe ao Prefeito, ao Governador tomar uma atitude real quanto a isso. Enquanto o mundo político posar de bonzinho, de educador e fingir que não é sua responsabilidade impedir o uso do cerol, assim permanecerá.
A simples instrução para verificar as linhas usadas pelas crianças nas ruas e recolhimento das linhas e das pipas já faria com que a criançada passasse a se preocupar com o fato. Pipa é geralmente diversão de crianças mais pobres, que tem dificuldade de obter recursos para comprar a linha, logo a possibilidade de ficar sem ela, conscientiza sobre o impedimento do uso do cerol. Mas, isso é exigir demais de nossos agentes de segurança ou não?
Fonte: Domínio Público - Internet
Possibilidade de mudança? Só a mudança que é padrão no Brasil: quando uma tragédia for provocada pelo cerol, difícil, mas não impossível, o assunto virá a tona. E assim como foi feito com a lei seca, que parece que não existia antes, aprovarão uma punição mais severa e farão grandes campanhas como se o fato fosse novo.
Enquanto isso vidas continuarão sendo perdidas, uma de cada vez, sangrando uma família por vez, por que isso não incomoda. Isso não gera comoção. Já nos acostumamos a tratar isso como mero acidente cotidiano.

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