sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vamos falar do Trânsito ou da BHTrans?


Agente da BHTrans fazendo algo que ainda lhe compete.
 
Algumas verdades sobre o trânsito de BH.
Alguém me explica o por quê a BHTrans ainda atende ocorrências de infração que não afetam o trânsito? Porta de Garagem, Vagas de Deficiente, Veículos sobre calçada, entre outras que não tem motivo serem atendidas pela empresa. Quem autua é a PM ou a GM, na hora de remover o veículo, a BHTrans precisa da assinatura de um destes agentes ainda se responsabilizando pela remoção.
A empresa não pode mais autuar. Dependendo da ocorrência serão realizadas duas ou mais viagens para AUTUAR o veículo, fora as viagens seguintes para remover o mesmo. Aí, alguém me explica: para que gastar material humano experiente com isso? Profissionais que foram treinados durante anos não só para autuar mas para monitorar o trânsito, são deslocados para a função de fingir que autuam, fingir que resolvem.
Já questionei o SINTAPPI que é o sindicato que representa a categoria, e a opinião de um dos Diretores, que não sei se é a opinião do formal do sindicato, embora a atuação do mesmo não a desminta, é que a BHTrans não deve abrir mão dessa função pois estaria perdendo espaço em sua área de atuação e conseqüentemente torando os agentes obsoletos.
E eu pergunto que espaço vai ser perdido? O de “Verificador de ocorrências de Trânsito”. Um agente apenas para confirmar se a queixa do usuário procede,e chamar a PM ou GM para autuar. Chamar não, conduzir, serviço VIP de transporte até o local da infração. Dá para entender? Como se a PM ou GM não tivesse viaturas para isso. Chegando ao cúmulo da PM receber uma solicitação pelo seu sistema no telefone l90, repassar a BHTrans para ir conferir e caso comprovada a questão, transportar um agente atuador, PM ou GM, até o local.
É sacanagem? Piada pronta mesmo. Não é a PM ou a GM que tem de ficar ofendida quando alguém diz que BHTrans virou TransPM. São os trabalhadores da BHTrans que foram reduzidos em suas funções.
GM atuando no trânsito de BH.
O nome disso é sub-emprego, desperdício de recursos, chamem do que quiser, mas estamos jogando dinheiro do contribuinte, do eleitor, já que é ano eleitoral no lixo, sem mais delongas.
Neste dia 1 de Junho, o Presidente da BHTrans, Ramon Victor Cezar, deu uma entrevista a Rádio Itatiaia (Ouça a aqui!) que embora acertadamente, tenha dito que nunca haveria disponibilidade de por um agente em cada esquina, demonstrou não ter conhecimento de suas próprias equipes em campo. Uma entrevista em que a referida rádio mais uma vez demonstrou total desconhecimento da dinâmica do trânsito ao escalar para o diálogo com Ramon Cezar, uma profissional diferente do jornalista da própria emissora que acompanha o trânsito de dentro da Central de Operações da BHTrans e que exatamente por isso já deve, ou deveria, ter adquirido conhecimento suficiente de como os problemas da cidade se instalam e que recebe informações muito mais precisas do que a jornalista em questão.
Nesta entrevista , o Diretor-presidente, claramente desconfortável com a pressão a que vem sendo submetido, afirmou que as motocicletas da BHTrans teriam sido repassadas à Guarda Municipal da Capital, quando na verdade ainda existem motociclistas da BHTrans que tentam agilizar o atendimento das ocorrências que interferem no trânsito.
Uma dúvida recorrente da imprensa é quantos agentes a Bhtrans tem para organizar o trânsito. A afirmação do atual diretor responsável pelo trânsito na capital é que giraria em torno de 400 em outra entrevista a imprensa mineira. Será que ele tem certeza do que fala? Essa informação esclarece alguma coisa?
Não posso afirmar o número exato, embora a empresa o detenha e deveria divulgá-lo, mas é bom lembrar que empresa trabalha 24 horas e cobre 100% do território de BH e todas as vias limítrofes, muitas vezes auxiliando no trânsito de Contagem, Sabará, Santa Luzia, Vespasiano, Ribeirão das Neves. Além da divisão por turnos, esses agentes estão divididos por Gerências que cobrem as nove Regionais administrativas da Prefeitura de BH e sendo assim, existem os agentes específicos para cuidar da área central da cidade, aquela compreendida dentro da Av. Do Contorno e outros cuidando principalmente dos grandes corredores de acesso. Esses agentes obedecem rotinas sistematizadas, funções definidas que são passadas diariamente ao chegarem para trabalhar. Então a BHTrans não tem 400 agentes para lidar com o trânsito? A resposta é não. Além de tudo que já foi citado, ainda há fiscalização de ônibus, de táxis, de ônibus suplementares, manutenção e monitoração dos semáforos da cidade sem levar em conta o número de agentes de férias ou de atestado médico, já que lidar com trânsito além de causar sérios danos a saúde física, afeta imensamente o humor destes homens.
Então quantos agentes afinal de contas cuidam do trânsito na hora de maior movimento do dia, no fim de tarde? De acordo com um dos coordenadores de campo na área central, que é um agente designado para orientar os outros em suas funções e que por isso na maioria das vezes não pode atuar junto com eles, devendo estar em constante deslocamento pela área central, já que tem de coordenar as sções de todos os outros, haviam no dia 31 de maio, entre quinze e trinta horas e às 23 horas, menos de 30 agentes em atividade na área central. Isso mesmo só trinta agentes. Em caso de tragédia, acidente natural, acidente no Anel Rodoviário ou próximo a área central, somente estes agentes teriam a função de “domar” o caos que se instauraria dentro dos limites da Av. Do Contorno, com auxílio dos técnicos que monitoram as câmeras e controlam os tempos dos semáforos e dos agentes que trabalham nas vias de acesso a área central. Perguntas a serem respondidas pela administração municipal: até quando a imprensa vai poder criticar os profissionais de trânsito na cidade, quando na verdade é a prefeitura que inventa que há estrutura suficiente para dominar o trânsito da cidade? Até quando a PBH vai fingir que tenta resolver a questão jurídica da BHTrans, quando cidades como Curitiba não ficaram nem 6 meses com o impedimento jurídico de autuar? E as obras prometidas durante a campanha e reafirmadas pelo prefeito logo após nomeação do atual Diretor-presidente da BHTrans que nem mesmo saíram do papel e foram simplesmente esquecidas em função das obras para a Copa? Como anda o projeto "Corta Caminho"?
A atitude correta da prefeitura de Belo Horizonte seria deslocar os agentes da Empresa de Trânsito da Cidade imediatamente para orientação e monitoração da mobilidade urbana. Infrações de trânsito ficariam a cargo da GM ou da PM.
As remoções dos veículos infratores podem continuar a cargo da empresa, com direito a ainda aumentar o número de reboques, hoje claramente insuficientes para a demanda da capital, recheada de obras e com um número de eventos cada dia maior e mais dispersos pela cidade.Aliás, isso é outra falácia oficialmente propagada pela empresa. 
Reboque Leve da BHTrans
Ao contrário do que afirma, não existem 10 reboques para remoção de veículos infratores, ela tem cinco reboques para remoção e outros cinco de grande porte para retirada de veículos com defeito ou acidentados. Não basta dar a informação é necessário da clareza a ela.
Então de quem é a culpa? Dos agentes que são impedidos de fazerem o que ainda lhes é permitido ou de quem os força a fingir que resolvem problemas que não estão ao alcance deles?

5 comentários:

  1. Mauricio, ouvindo o Ramon falar nem parecia que o sujeito que sempre vem muito seguro para as entrevistas. O numero de agentes a disposição ,prontos para o trabalho, não deve chegar hoje a 260, basta ver as escalas diárias, se eles levarem em conta as escalas que saem com os nomes de todos os agentes, sem levar em conta afastamentos diversos, provavelmente nem assim chegaremos a 400.

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    1. Coitado do Dr Ramon cada dia acredito mais na teoria da conspiração, parece que tem muitos colegas que não passam informação para o presidente.

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  2. Como assim o presidente não sabe quantos agentes de trânsito existem na BHTrans? A empresa beira o caos, é muito "gestor" despreparado, que não conhece NADA de trânsito e ocupa cargos de chefia. Isso, na minha humilde opinião, deveria mudar já. A prefeitura não está nem aí pro caso jurídico da BHTrans, a meu ver, por dois motivos: um é que pode servir de moeda de troca e outra que a arrecadação de multas vai direto pro bolso da prefeitura e não mais pra BHTrans (me corrija se eu estiver errada). Eu saí daí, mas ainda acompanho o sofrimento diário de vocês. Fico imaginando o atendimento como deve estar, principalmente o de táxi por causa da licitação... um CAOS!!!!

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  3. Maurício, o número real é 238, ou 268, algo assim...
    Já assisti pela tv o diretor da DRO afirmando que existem 400 agentes da BHTrans disponíveis diariamente às demandas da cidade, fora os Guardas municipais e policiais do BPTran, que juntos, compõem a UIT... Parecia até fala decorada!
    Pois bem, depois de afirmar isso, como que o cidadão não acredita nas mazelas e inverdades da Itatiaia acusando agentes "escondidos" durante as chuvas, acidentes e dias de caos??? Esse discurso foi um dos maiores "FOGO-AMIGO" que já assisti...
    Se vc afirma ter capacidade 'X' e na verdade tem (meio 'X'), a FRUSTAÇÃO vem como resultado!

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  4. Fabrício,

    As defesas de autuação podem ser enviadas pelo correio. Você vai precisar de comprovar que não estava no local onde a infração foi lavrada ou comprovar que o agente autuador não estava no local ou trabalhando em outro lugar na hora da autuação.
    Quem não é de BH deve ligar para o número: 31 3429-0405.
    Neste número poderão lhe ajudar.
    Boa sorte e um abraço.

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